terça-feira, 28 de março de 2017

Fé e Ciência.

Stephen W. Hawking, físico ateu critico da crença em Deus é convidado pelo vaticano para conferência.

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Em uma conferência pronunciada no Vaticano, durante o encontro sobre “Ciência e Sustentabilidade”, organizado pela Pontifícia Academia das Ciências, Stephen W. Hawking, físico teórico e professor da Universidade de Cambridge, defendeu o legado científico do padre belga e professor de Física da Universidade Católica de Lovaina, Georges Lemaitre.
Para Hawking, Lemaitre é “o pai do Big Bang”.
A teoria do Big Bang propõe que o universo se encontrava inicialmente em um estado de grande densidade e após uma grande explosão teria entrado em um processo de expansão e esfriamento no qual nos encontraríamos atualmente.
Tradicionalmente, considerou que o pai desta teoria é o físico e astrônomo soviético de nacionalidade estadunidense George Gamow, cujos estudos e pesquisas dão contribuições essenciais para a explicação das origens do universo e da consolidação da teoria do Big Bang.
No entanto, Hawking precisou em sua palestra que “Georges Lemaitre foi o primeiro a propor um modelo no qual o universo teve um começo infinitamente denso. Assim, ele e não George Gamow é o pai do Big Bang”.
Em sua intervenção, o professor Hawking expôs diferentes conceitos e teorias relacionados à origem e natureza do universo, como as ondas gravitacionais, o multiverso ou as micro-ondas procedentes dos instantes anteriores ao Big Bang.
“A evidência científica para confirmar a ideia de que o universo estava, inicialmente, em um estado muito denso, surgiu em outubro de 1965, com a descoberta de um frágil fundo de micro-ondas em todo o espaço. A única explicação possível para este fundo de micro-ondas é que seja radiação procedente de um universo primigênio muito denso e quente. À medida que o universo se expandia, a radiação ia se esfriando, até que ficou o frágil remanescente que podemos detectar hoje”, disse.
Hawking, que se declarou publicamente ateu, viu-se envolvido em inúmeras polêmicas ao negar a existência de Deus e por argumentar que não é necessário recorrer a Deus para explicar a origem da existência.
Em declarações feitas em junho de 2015 ao jornal espanhol El Mundo, defendeu que “no passado, antes de entendermos a ciência, era lógico acreditar que Deus criou o Universo. Mas agora a ciência oferece uma explicação mais convincente”. “Não existe nenhum Deus. Sou ateu. A religião acredita nos milagres, mas estes não são compatíveis com a ciência”, destacou.
Apesar de suas posições contra a existência de Deus, o professor da Universidade de Cambridge já esteve no Vaticano em 2008 para participar de um congresso semelhante sobre a origem do universo e a evolução das espécies.
Fonte:
A reportagem é de Miguel Pérez Pichel e publicada por ACI Prensa, 26-11-2016. A tradução é de André Langer.

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